NEACA promove ação pedagógica em escola sobre prevenção ao abuso e à exploração sexual infantil
- charodri
- 22 de ago.
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Atividade ocorreu na Escola Municipal Marcus Vinicius Cruz de Mello Moraes, em Santa Izabel (SG)

Pedagoga e educadora social do NEACA/SG realizaram atividades sobre a prevenção e o combate aos abusos sexuais
Foto: Divulgação
O Projeto NEACA Tecendo Redes, realizado pelo Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) em parceria com a Petrobras, através do Programa Petrobras Socioambiental, promoveu, na quinta-feira (21/08), uma ação de combate e prevenção ao abuso e exploração sexual contra crianças, na Escola Municipal Marcus Vinicius Cruz de Mello Moraes, em Santa Izabel (SG).
Direcionada às crianças (de 7 a 11 anos) e profissionais do ensino fundamental, a ação pedagógica denominada ‘Toque Bom e Toque Ruim’ ocorreu em dois turnos (manhã e tarde) e contou com atividades lúdicas e divertidas, aludindo a proteção do corpo, os direitos das crianças., a identificação de situações perigosas e constrangedoras e a divulgação de canais de apoio e denúncias.
Com base na Cartilha Tecendo Redinhas, a equipe técnica do NEACA/SG conversou com as crianças sobre os toques que são bons (aqueles que demonstram carinho: como abraços da família ou amigos próximos; ou quando você se sente confortável)e os toques que não são bons (aqueles que machucam, assustam ou fazem sentir medo).
Cerca de 100 alunos (em quatro turmas) participaram das atividades. Ao final, os técnicos do NEACA/SG realizaram uma rápida avaliação sobre as garantias de direitos (nos casos de perigo ou constatação de abusos) e a importância de acessar o Disque 100, canal criado para denúncias de qualquer violação dos direitos das crianças.
A equipe do NEACA/SG foi composta pela pedagoga Anna Maria Cabral, a educadora social Maria Eduarda Cunha e a articuladora de redes Márcia Natalina.

Aluna do ensino fundamental participa da avaliação sobre o Disque 100 durante ação pedagógica na escola em S. Izabel
Foto: Divulgação
A escola precisa ser um ‘espaço de confiança’ para as crianças
Para a coordenadora do setor pedagógico do NEACA/SG, Anna Maria Cabral, para além do papel didático, a escola precisa ser um espaço de confiança para as crianças falarem e obterem informações sobre a importância de prevenir e denunciar os abusos e as explorações sexuais.
“Usamos atividades lúdicas e divertidas para falarmos sobre o combate e a prevenção ao abuso e exploração sexual infantil. Além de instituição de ensino, a escola é um espaço fundamental, onde as crianças podem procurar os professores e colaboradores ao se perceberem vítimas de abusos ou tendo seus direitos violados. Nosso objetivo foi ensinar que o corpo é o espaço seguro e merece respeito”, explica a pedagoga.

Educadora social Maria Eduarda auxilia e orienta uma das alunas durante ação pedagógica na escola municipal em SG
Foto: Divulgação
‘Levar informação é uma forma de prevenção’
Para a psicóloga Cristiane Pereira (Coordenadora Técnica do NEACA/SG), as oficinas promovidas nas escolas são fundamentais para o processo de conscientização ao combate às violências contra crianças e adolescentes, pois levam informações sobre o respeito ao corpo, estimulam a escuta qualificada, a criação de canais de ajuda e a garantia de direitos.
“As oficinas de prevenção às violências realizadas nas escolas levam informação às crianças e criam canais de ajuda, sobretudo em casos de abusos e explorações sexuais infantis. Nas ações, demonstramos aos alunos e professores, através de atividades lúdicas, a importância do respeito ao corpo, da escuta qualificada e da existência de canais de ajuda. Levar informação é uma forma de prevenção”, reitera a psicóloga.

Alunos exercitam os conhecimentos sobre a prevenção e combate às violências e as garantias de direitos das crianças
Foto: Divulgação
Prevenção às violências precisa de articulação entre instituições
A articuladora de rede do Projeto NEACA Tecendo Redes, Márcia Natalina, ressalta a importância da interlocução entre instituições para levar conhecimento e informações sobre a prevenção às violências.
“O trabalho de prevenção às violências contra crianças e adolescentes precisa passar pelas escolas. Nesse caso, o papel da articulação de redes faz toda a diferença, pois faz a interlocução entre as instituições, profissionais, alunos e suas famílias”, explica Natalina.
A cada 6 minutos, uma criança ou adolescente é vítima de estupro
Levantamento realizado pela Unicef em conjunto com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2024, mostra que uma criança ou adolescente foi vítima de estupro a cada seis minutos, em média, no Brasil. Foram registrados 63.430 casos em 2023, aumento de 17,7% em relação a 2022 — 53.906.
Os dados foram reunidos nas 27 unidades da federação, ao longo de três anos, quando foram registrados 164.199 estupros de crianças e adolescentes no total. Quase a metade dos casos (48,3%) diz respeito à faixa etária dos 10 aos 14 anos.
Atendimentos em três municípios
O projeto NEACA:Tecendo Redes, iniciado em 2024, com a Parceria da Petrobras, atende demandas relativas às violências domésticas e/ou sexuais e também atua em apoio a outros projetos para capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade social.
O projeto abrange os municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Duque de Caxias com o objetivo de contribuir para a promoção, prevenção e garantia dos direitos humanos de mulheres, crianças, adolescentes e jovens (até 29 anos).
Em caso de ajuda, os núcleos disponibilizam seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17h, nos endereços e telefones abaixo:
NEACA (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA Primeira Infância (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 313, Zé Garoto. (21 96750-1595)
NEACA (Itaboraí)- Rua Antônio Pinto, 277, Nova Cidade. (21 98900-4246).
NEACA (CAXIAS) – Rua General Venâncio Flores, 518, Jardim 25 de Agosto. (21 96750-3095).




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