MMSG leva mulheres das periferias de SG e Itaboraí para assistirem filme sobre violência doméstica
- charodri
- 13 de ago.
- 4 min de leitura
Cerca de 60 mulheres integrantes de projetos do Movimento de Mulheres em SG assistiram, em sessão exclusiva, ao filme ‘A Melhor Mãe do Mundo’, no Cinema Reserva Cultural, em Niterói

Mulheres integrantes de projetos do MMSG aplaudiram a exibição exclusiva do filme no Cine da Reserva Cultural em Niterói
Foto: ASCOM/NEACA TR
O Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG), em parceria com Cinema Reserva Cultural em Niterói, a ‘CEDAE por Elas’ e Petrobras, promoveu, na terça-feira, uma sessão exclusiva do filme "A Melhor Mãe do Mundo" para mulheres integrantes dos projetos da instituição, na Reserva Cultural, em São Domingos, Niterói.
Cerca de 60 mulheres, de diferentes idades, oriundas de regiões periféricas de São Gonçalo e Itaboraí, participaram da projeção exclusiva do filme, que faz parte do “Cine Debate Agosto Lilás” em alusão ao marco anual de conscientização e enfrentamento à violência contra as mulheres. A visita foi organizada pela coordenadora técnica do NEACA/Itaboraí, Luciléia Baptista, com apoio de sua equipe.
O filme “A Melhor Mãe do Mundo” mostra a vida da catadora de recicláveis Gal (Shirley Cruz) que decide fugir dos abusos do marido Leandro (Seu Jorge) após tentar denunciá-lo e ser ignorada pela polícia. Focada em proteger seus filhos, a mulher abandona a casa, coloca suas duas crianças pequenas, Rihanna e Benin, na carroça e as leva numa jornada pela cidade de São Paulo.
Após a projeção do filme, que emocionou e foi aplaudido pela plateia, ocorreu uma roda de conversa com a psicóloga Patrícia Muniz (Projeto Vozes Periféricas), a Coordenadora técnica do Projeto ‘CEDAE Por Elas’, Verônica dos Santos, e a assistente social Moara Zanetti (Responsabilidade Social da Petrobras).

A diretora executiva do MMSG Oscarina Siqueira marcou presença na sessão exclusiva do filme "A Melhor Mãe do Mundo'
Foto: ASCOM/NEACA TR
Atriz enviou vídeo às participantes
A atriz Shirley Cruz (protagonista do filme) enviou uma mensagem de vídeo às participantes falando sobre a importância do combate e prevenção à violência contra as mulheres. Ao final do evento foi servido um coffee break oferecido pelo Cinema Reserva Cultural Niterói. Um ônibus e duas vans cedidas pela CEDAE fizeram o transporte das participantes.
"O filme e a atuação da atriz principal foram comoventes. Mas, gratificante foi ver a alegria das mulheres e a oportunidade que estão tendo de saírem de suas rotinas para assitirem um filme com uma temática tão importante", disse Oscarina Siqueira (Diretora Executiva do MMSG).
“A atriz está de parabéns, pois representou a vida de milhares de mulheres que sofrem violência e precisam lutar para vencer os obstáculos e criarem os filhos nessa situação de vulnerabilidade. Ela conseguiu apoio em uma ocupação, que era liderada por outras mulheres, e seguiu a sua vida. Um exemplo de luta e resistência”, disse a assistente administrativa Ana Paula Vieira, 42 anos.

Grupo de mulheres em frente ao Cine Reserva Cultural Niterói em momento de confraternização após exibição do filme
Foto: ASCOM/NEACA TR
Importância da Rede de Apoio
A psicóloga Patrícia Muniz (Vozes Periféricas) destacou a importância da rede de apoio em casos de violência doméstica.
“A protagonista do filme mostrou que as mulheres vitimadas por violências, em suas diversas camadas, sobretudo às que vivem em situação de vulnerabilidade social, têm muita dificuldade de superar os obstáculos impostos pela rotina como mulher, dona de casa e mãe. Contudo, nesses casos, como demonstrado no filme, as redes de apoio são fundamentais, sejam da família, amigos ou oriundas de políticas públicas”, explicou Muniz.

Após o filme ocorreu uma roda de conversa com a plateia para debater as temáticas relativas às violências domésticas
Foto: ASCOM/NEACA TR
‘Temos que vencer o sentimento de culpa’
Já a coordenadora técnica do Projeto ‘CEDAE Por Elas’, Verônica dos Santos, alertou para o ‘sentimento de culpa’ das mulheres que são vítimas de violência ou não conseguem dar conta das demandas domésticas.
“É comum, como muito bem demonstrado no filme, que as mulheres carreguem um sentimento de culpa por não darem conta das demandas domésticas e, muitas vezes, quando são vítimas de violência. A personagem mostrou que temos que vencer esse sentimento de culpa e procurarmos uma rede de apoio para superar as violências”, destacou Verônica.
‘O autocuidado é necessário e vital para as mulheres’
A assistente social Moara Zanetti ((Responsabilidade Social da Petrobras) enfatizou a importância do autocuidado, pois as mulheres costumam cuidar dos outros, da casa, dos filhos, e esquecem de si próprias.
“Essa discussão sobre o autocuidado é de suma importância, pois as mulheres cuidam das rotinas domésticas, se preocupam com os filhos e muitas vezes esquecem de cuidar delas mesmas. O autocuidado é necessário e vital para as mulheres. No filme, a cena do banho da Gal (personagem principal) retrata isso, pois ela, simbolicamente, cuida do corpo, da alma e pode pensar em novas possibilidades de vida”, reitera Zanetti.
Desde 1989, em defesa dos Direitos Humanos
O MMSG é entidade da sociedade civil, que atua sem fins lucrativos, fundada há 36 anos (1989), cuja missão é enfrentar todas as formas de preconceitos e discriminações de gênero, raça/etnia, orientação sexual, credo, classe social e aspectos geracionais. A instituição trabalha em defesa dos direitos de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosas, em especial, àquelas que são vítimas de diversas formas de violências, seja no âmbito doméstico ou extrafamiliar, ou que estejam vivendo com HIV/AIDS.
Parcerias de sucesso e novos projetos
Durante as apresentações, Marisa Chaves agradeceu a todos os parceiros, entre entidades públicas e privadas, além de ajuda internacional como a ‘Brazil Foundation’ e Fundação Rare Beauty, que apoiam o MMSG em seus projetos. No Brasil, o MMSG recebe apoio das Prefeituras de São Gonçalo e Niterói, da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), do Ministérios da Saúde e das Mulheres, CEDIM-RJ, Instituto Profarma e da Petrobras, que já financiou 5 projetos, desde 2006, e atualmente, apoia o Projeto NEACA Tecendo Redes, com núcleos de atendimentos em São Gonçalo, Itaboraí e Duque de Caxias.
Não se cale. Violência contra a mulher não tem desculpa, tem lei. Ligue 180 e denuncie!
Em caso de ajuda, o MMSG disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, no endereço abaixo:
MMSG (SG) - Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)




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