Conhecida como ‘Campanha do Laço Branco’, ação busca sensibilizar os homens em diversos países sobre o respeito aos direitos universais e o repúdio a atos violentos contra mulheres
O Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) apoia a Campanha Nacional de Mobilização dos Homens Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres. A data, celebrada no Dia 6 de Dezembro e intitulada ‘Campanha do Laço Branco’, foi instituída no Brasil através da Lei nº 11.489, de 20 de junho de 2007. A campanha faz parte da jornada dos ‘21 dias pelo fim da violência contra a mulher’ que se encerra no dia 10 de dezembro, data em que foi proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Historicamente, a referida data teve início a partir de um episódio de violência contra mulheres realizado no dia 6 de dezembro de 1989, quando um grupo de homens canadenses decidiu se organizar para declarar que existem homens que cometem violência contra a mulher, mas existem também aqueles que repudiam essa atitude. Eles elegeram o laço branco como símbolo e adotaram como lema: jamais cometer um ato violento contra as mulheres e não fechar os olhos frente a essa violência.
Trabalhando junto a diversos órgãos da Organização das Nações Unidas (ONU), particularmente o Fundo de Desenvolvimento das Nações Unidas para a Mulher (UNIFEM) e em parceria com organizações de mulheres, a Campanha do Laço Branco hoje está presente em todos os continentes e em mais de 55 países, sendo apontada pela ONU como a maior iniciativa mundial voltada para o envolvimento dos homens com a temática da violência contra a mulher.
‘Precisamos humanizar os homens’
Para a diretora executiva do MMSG, Oscarina Siqueira, que luta há mais de 35 anos pelas garantias de direitos e contra a violência às mulheres, a ‘Campanha do Laço Branco’ significa ter mais homens conscientes desses direitos e que repudiam atos de violência à mulher.
“ Estamos alarmadas com o aumento dos feminicídios e das violências contras as mulheres. A cada 10 minutos, uma mulher ou menina morre em todo o mundo vítima do seu parceiro íntimo ou de algum conhecido. Essa campanha é uma boa iniciativa para sensibilizarmos os homens a repudiarem esses atos violentos. É irracional não proteger, não cuidar, não amar às mulheres. Ainda vemos muito egoísmo e machismo. Precisamos humanizar os homens”, disse, emocionada, Oscarina, que reunirá as associadas do MMSG para distribuir laços brancos aos homens do seu território.
A cada 10 minutos...
A cada 10 minutos, uma mulher ou menina é morta, no mundo, por seu parceiro íntimo ou por um membro da família. A constatação é de um levantamento divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU Mulheres), na última segunda-feira, dia 25/11, data simbólica pelo Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra a Mulher.
As taxas de feminicídio mais elevadas, em 2023, foram registradas na África, seguida pelas Américas e Oceania. Na Europa e nas Américas, 64% das mulheres mortas na esfera doméstica foram vítimas de parceiros íntimos. A pesquisa mostrou que, só em 2023, 85 mil mulheres, meninas e adolescentes morreram vítimas de feminicídio. Em 60% dos casos, o assassino era o companheiro ou alguém da família. O feminicídio é o assassinato motivado pelo fato de a vítima ser mulher.
No Brasil, uma mulher morre a cada 6 horas
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2024, o número de feminicídios no último ano aumentou no país, chegando a 1.467 vítimas, maior resultado desde a criação da lei que criminaliza esse tipo de violência, instituída em 2015. Ameaças, agressões e stalking também aumentaram consideravelmente. No Brasil, uma mulher morre a cada 6 horas.
As mulheres negras são as principais vítimas das violências direcionadas ao gênero feminino no país, somando 66,9% dos casos registrados.
No entendimento da coordenadora nacional da Articulação das Mulheres Brasileiras, Adriana Mota, para entender a violência contra as mulheres no Brasil, é necessário fazer uma conexão entre o gênero e a raça.
Atendimentos em três municípios
O MMSG atende mulheres (em todas as idades e de portas abertas) em demandas relativas às violências domésticas e/ou sexuais e também atua em apoio a outros projetos para capacitação de jovens em situação de vulnerabilidade social.
Iniciado em 2024, o Projeto NEACA Tecendo Redes abrange os municípios de São Gonçalo, Itaboraí e Duque de Caxias, com o objetivo contribuir para a promoção, prevenção e garantia dos direitos humanos de mulheres, crianças, adolescentes e jovens (até 29 anos).
Em caso de ajuda, o MMSG disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, nos endereços e telefones abaixo:
NEACA (CAXIAS) – Rua General Venâncio Flores, 518, Jardim 25 de Agosto. (21 96750-3095).
NEACA (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA Primeira Infância (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 313, Zé Garoto. (21 96750-1595)
NEACA (Itaboraí)- Rua Antônio Pinto, 277, Nova Cidade. (21 98900-4246).
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