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NACA promove capacitação técnica sobre criminosos sexuais em SG

  • charodri
  • 6 de mar.
  • 5 min de leitura

Curso foi ministrado pela psicóloga Adriane Sabroza, especialista na avaliação e atendimento da violência doméstica e abuso sexual, e contou com a participação de integrantes das equipes técnicas dos NACAs (SG e Niterói), na sede do MMSG, no Zé Garoto (SG)



Adriane Sabroza falou sobre a importância da capacitação técnica no atendimento aos alegados autores de violências

Foto: ASCOM/NEACA TR


Administrados pelo Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG), os Núcleos de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência (NACAs/ SG e Niterói) promoveram uma capacitação técnica sobre ‘Criminosos Sexuais e Atendimento aos Alegados Autores de Violência’, no auditório da sede da instituição, no Zé Garoto (SG).


O curso foi ministrado pela psicóloga Adriane Sabroza, profissional que, há 31 anos, atua em instituições e equipamentos da rede de proteção às crianças e adolescentes vítimas de violência sexuais. Atualmente, Sabroza é profissional concursada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap/RJ), especialista na avaliação e atendimento da violência doméstica e abuso sexual, além de atuar em psicologia clínica e forense.    


Com duração de 4 horas, o curso ocorreu no formato misto (exposição e  roda de conversas) e delineou as principais características dos criminosos sexuais (pedófilos, abusadores circunstanciais e molestadores), mostrou as especificidades dos alegados autores de violências contra crianças e adolescentes, bem como, diagnósticos, as legislações e o trabalho de prevenção e combate aos crimes. Cerca de 30 pessoas se inscreveram no evento e receberam certificados de participação. 


Capacitação na sede do MMSG contou com a participação de advogados, assistentes sociais, educadores e psicólogos

Foto: ASCOM/NEACA TR


‘Essa capacitação é importante porque ainda existe uma resistência em abordar os alegados autores de violências sexuais’    


Adriane Sabroza falou da sua experiência no atendimento às vítimas de casos de violências e elogiou a iniciativa do MMSG em promover a capacitação às equipes técnicas dos Nacas, que precisam exercitar a escuta qualificada para, quando necessário, confeccionarem relatórios.      


“Estou há 31 anos atuando nessa área e considero essa capacitação  fundamental, pois é uma temática comum nas avaliações dos Nacas. As equipes técnicas precisam estar familiarizadas e preparadas, sobretudo, quando há um suposto abuso sexual”, reitera Sabroza.
"O MMSG está de parabéns pela iniciativa. Essa  capacitação é importante porque ainda existe uma resistência em abordar os alegados autores de violências sexuais nos diversos âmbitos dos processos”, complementa  a palestrante, que foi uma das precursoras do NACA, onde atuou na Fundação para Infância e Adolescência (FIA).     

Sabroza destacou a relevância de desmistificar a diferença entre pedófilos e abusadores circuntanciais nos atendimentos

Foto: ASCOM/NEACA TR


‘Nem todos abusadores são pedófilos’  


Um dos estudos referenciados no curso foram as sutilezas e diferenças entre abusadores e pedófilos. Segundo Sabroza, nem todos os abusadores são pedófilos (Pessoas com desvio de sexualidade, que, quando indivíduos adultos se sentem sexualmente atraídos por crianças e adolescentes de forma compulsiva).       


“Precisamos desmistificar a ideia de que todo abusador é um pedófilo. Aliás, na maioria dos casos, crianças e adolescentes são vítimas dos abusadores circunstanciais, que se aproveitam de situações de vulnerabilidades para agir. São homens comuns, que têm suas famílias, relações com suas esposas, são pais, avôs, vizinhos. Eles se aproveitam de relações próximas às vítimas”, explica a psicóloga, que alertou sobre o aumento de abusos e assédios sexuais na internet e a necessidade do acompanhamento de pais e responsáveis sobre os acessos dos filhos às redes sociais.

‘Pedofilia não é crime, mas o pedófilo pode ir preso quando coloca em prática as suas fantasias’


“Os abusadores são caracterizados por atitudes sutis e discretas no abuso sexual. Em muitas situações, a vítima não se vê violentada. Enquanto os molestadores são mais invasivos e geralmente consumam o ato sexual contra a vítima. Pedofilia não é crime, no entanto, quando o pedófilo coloca em prática suas fantasias podem incorrer em práticas criminosas e acabam sendo presos”, explica a palestrante, que após acumular experiência e expertise na área passou a dar cursos, ministrar palestras e promover capacitações.    

Brasil: 320 crianças e adolescentes sofrem situações de exploração sexual a cada 24 horas


Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os dados mostram que, no Brasil, 320 crianças e adolescentes são exploradas sexualmente a cada 24 horas. O número pode ser ainda maior, já que apenas sete em cada 100 casos são denunciados. O estudo ainda esclarece que 75% das vítimas são meninas e, em sua maioria, negras. Brasil registra mais de 11 mil denúncias de violação sexual contra crianças e adolescentes em 2024.            


‘Buscamos o aprimoramento de nossa equipe técnica’


Lívia Gaspary (NACA) frisou a importância do investimento em capacitação para o aprimoramento das equipes técnicas

Foto: ASCOM/NEACA TR


De acordo com a coordenadora do Naca/SG, Lívia Gaspary, o MMSG tem investido nas capacitações de suas equipes técnicas e promovido, a cada dois meses, uma palestra ou curso sobre uma temática específica e relevante aos atendimentos dos núcleos de atendimentos. Gaspary reiterou a importância de promover estudos sobre criminosos sexuais para o aprimoramento dos profissionais.       


“ Mesmo sem investimentos externos, o NACA, com apoio do MMSG, tem buscado  trazer especialistas e profissionais gabaritados para promover capacitação às equipes técnicas.  Essa capacitação foi importante para a equipe pois conseguiu trazer diversos conceitos e teorias acerca dos criminosos sexuais. Saber diferenciar os abusadores circunstanciais dos pedófilos, ou molestares de abusadores, por exemplo, é fundamental nos estudos de casos atendidos no NACA. Somos uma referência na rede de atendimento pela capacidade técnica das nossas equipes”, afirma Gaspary.
“As capacitações atualizam nossas metodologias de atendimento e preparam as equipes para novas demandas. Essa temática sobre crimes sexuais é fundamental, pois corroboram para inserirmos novas intervenções, melhorar nossas avaliações e escutas”, avalia a coordenadora técnica do NACA/Niterói, Susana Natal.         

Integrate do NACA/SG, psicóloga Vanessa Onório considera fundamentais as capacacitações para formação profissional

Foto: ASCOM/NACA TR


‘Etapa importante para nossa capacitação profissional’


“Essa palestra sobre criminosos sexuais e o atendimento aos alegados autores da violência foi mais uma etapa importante na nossa capacitação profissional; pois agregou mais conhecimento, além de qualificar, dar empatia e tornar nossa atuação técnica cada dia mais humanizada”, acrescentou a psicóloga (Naca/SG), Vanessa Onório.

‘Não é uma temática simples, pois exige muita expertise’


 “A capacitação trouxe mais embasamento teórico e técnico de como lidar e atender famílias que passam por situação de violência. Eu considerei de extrema relevância a temática sobre atendimento aos supostos autores de violência, pois entendo ser  importante para o nosso aprimoramento profissional. Atender vítimas de abusos sexuais e os alegados autores não é tão simples, pois exige muita expertise”, complementa a assistente do social Michelle Medeiros (Naca/SG).   

Núcleos especiais atendem casos de violência doméstica e/ou sexuais em SG e Niterói


Em casos de violências domésticas e/sexuais contra crianças e adolescentes, os NACAS administrados pelo MMSG, que contam com apoio da Fundação para Infância e Adolescência (FIA), atendem nos endereços abaixo, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17 h:  


NACA (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 215, Zé Garoto. (2606-5003/989004217)

NACA (Niterói)- Av. Ernani do Amaral Peixoto, 116 - sala 401 - Centro, Niterói. (2719-8862 / 965211716)

 
 
 

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