Neste 25 de Outubro, o Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) reitera a sua luta, há 35 anos, em defesa dos diretos, no enfrentamento de todas as formas de violências e exploração da mulher

Integrantes do Movimento de Mulheres em SG em ação pelo combate à toda forma de exploração e violência à mulher
Foto: ASCOM/NEACA TR
No 25 de Outubro, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o ‘Dia Internacional contra a Exploração da Mulher’, o Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) reforça a sua luta, há 35 anos, em defesa dos direitos, no combate às discriminações e priorizando ações voltadas à prevenção e o enfrentamento de todas as formas de violências.
A data remete à reflexão acerca das desigualdades e discriminações de gênero que ainda persistem em nossa sociedade.
O MMSG tem um legado de 35 anos de luta contra a exploração da mulher. Os problemas relacionados com esse fato são bastante explícitos e, embora a situação tenha melhorado bastante nas últimas décadas graças ao embate travado pelos grupos dedicados à luta pela igualdade de gênero e contra a discriminação, há ainda muito que se avançar.

MMSG luta em defesa das mulheres de todas as idades, pela igualdade de gênero e respeito sem distinção de cor e raça
Foto: ASCOM/NEACA TR
Violência doméstica
Entre os problemas mais graves, o que mais chama atenção são os casos de violência doméstica contra as mulheres. De acordo com dados divulgados pelo Instituto DataSenado, três a cada dez brasileiras já foram vítimas de violência doméstica provocada por homens.
E quanto menor a renda, maior a chance de a mulher sofrer violência doméstica, diz o estudo. Mais de 25,4 milhões de brasileiras já sofreram violência doméstica provocada por homem em algum momento da vida. Desse total, 22% declararam que algum desses episódios de violência ocorreu nos últimos 12 meses.
Segundo monitoramento da Rede de Observatórios da Segurança, que monitora nove estados (Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro e São Paulo), em 2023, oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas. Outras regiões brasileiras apresentam dados alarmantes. Em 2022, um levantamento divulgado pelo Observatório Estadual de Segurança Pública, da Secretaria de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, mostrou que o estado estava entre os campeões da violência contra a mulher no país, com 89 casos de feminicídios e 41.621 situações de agressões domésticas registrados naquele ano.
As ações tomadas para solucionar esses problemas ainda são recentes, mas já mostram resultados. A Lei Maria da Penha, criada em 2006, é um dos passos dados em direção à diminuição da violência doméstica de gênero.

O combate à exploração das mulheres negras é um dos legados deixado pelas fundadoras do MMSG em 35 anos de luta
Foto: ASCOM/NEACA TR
Desigualdade de gênero
Entretanto, há certos problemas que possuem raízes profundas. A desigualdade de gênero não está relacionada apenas com a violência contra a mulher. O parlamento de um país democrático, tal qual o Brasil, é icônico, ou ao menos deveria ser, dentro de seu papel representativo. Porém, entre as 513 cadeiras existentes em nossa câmara de deputados, apenas 91 delas foram ocupadas por mulheres nas eleições de 2022.
Apesar do crescimento real de 18% (2022 para 2018), a participação das mulheres no Legislativo federal ainda é baixa. Nas eleições de 2018, o aumento de 51% da bancada feminina em relação a 2014 representou 15% do total das 513 vagas. Nessas eleições de 2022, este percentual passou a 17,7% (2,7% a mais).
Mercado de Trabalho
O tamanho da desigualdade de gênero também se reflete no mercado de trabalho.
No Brasil, o 2º Relatório de Transparência Salarial, divulgado pelos ministérios das Mulheres e do Trabalho e Emprego (MTE), em setembro, revelou que, no ano passado, as mulheres receberam, em média, 20,7% menos do que o colegas homens que exerciam os mesmos cargos e funções. O percentual é próximo a média mundial de desigualdade salarial entre gêneros, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Em 2019, as mulheres receberam em média 77,7% do que os homens, e a diferença é ainda maior em cargos de maior ganho. Em 2023, o Dieese apontou que o rendimento médio mensal das mulheres é 21% menor do que o dos homens. As mulheres são minoria em funções gerenciais, com uma relação de 60% de homens para 40% de mulheres.
A luta continua
Os graves problemas relacionados com a desigualdade de gênero mostram a real dimensão da necessidade de cada vez mais buscarmos ações que nos elevem à condição de iguais em nossas relações humanas. O dia internacional contra a exploração da mulher representa um dia de luta contra os abusos sofridos pelas mulheres do mundo e contra as desigualdades de oportunidades e de tratamento. No entanto, representa ainda mais a luta por uma humanidade mais inclusiva e menos violenta.
Há 35 anos lutando pelos Direitos Humanos
O Movimento de Mulheres em São Gonçalo é uma entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, de utilidade publica municipal e estadual, fundada há 35 anos (1989), cuja missão é enfrentar todas as formas de preconceitos e discriminações de gênero, raça/etnia, orientação sexual, credo, classe social e aspectos geracionais. Trabalhamos em defesa dos direitos de crianças, adolescentes, jovens, mulheres e idosas, em especial, àquelas que são vítimas de violência de gênero ou doméstica ou que estejam vivendo com HIV/AIDS.
Atendimentos de portas abertas
Em caso de ajuda, o MMSG faz atendimentos de portas abertas às mulheres, crianças, adolescentes, jovens e idosos vítimas de violência e disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, no endereço e telefones abaixo:
MMSG- Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
Comments