Combate aos feminicídios marca a mobilização do Dia da Mulher em SG
- charodri
- 8 de mar.
- 5 min de leitura
Atualizado: 12 de mar.
Movimento de Mulheres em São Gonçalo realizou ações de conscientização em áreas estratégicas no Centro (SG)

Manifestantes empunharam cartazes durante mobilização do 8M no semáforo em frente ao Shopping Partage no Centro
Foto: ASCOM/NEACA TR
O combate efetivo aos feminicídios e a prevenção às violências foram as temáticas centrais da Ação de Mobilização pelo Dia Internacional da Mulher realizada por cerca de 50 integrantes (entre técnicos, associados e voluntários) de diversos projetos do Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG), em pontos estratégicos do Centro (SG).
As ações se concentraram em três locais: na Praça Luiz Palmier (Antiga Praça da Marisa); em frente ao Shopping Partage; e no entorno da Praça Zé Garoto. Durante a mobilização, os técnicos distribuíram materiais informativos, discursaram em megafones, empunharam cartazes e faixas em semáforos, além de orientarem à população sobre a importância da data celebrada no Dia 8 de Março (8M) como marco histórico na luta pelos direitos das mulheres em todo o mundo.
Este ano, além de reconhecer as conquistas históricas e refletir sobre os desafios que ainda precisam ser superados, o MMSG, que há 35 anos luta pelos direitos das mulheres, fez um alerta sobre o aumento dos femicicídios no Brasil, onde, a cada 6 horas uma mulher é assassinada. Em 2024, aproximadamente 1.500 mulheres foram mortas no país. Cerca de 63% das vítimas eram negras, segundo dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública.

Marisa Chaves conversou com guardas municipais responsáveis pela Ronda Maria da Penha na Praça do Rodo, no Centro
Foto: ASCOM/NEACA TR

Técnicos atenderam a população em barracas (E) e Viviane Carvalho e Marisa Chaves falaram sobre as prevenções (D)
Fotos: ASCOM/NEACA TR
‘Hoje é dia de luta, não é dia de flores’
Apesar do sol forte e do calor, durante uma chuva passageira, que surpreendeu pedestres e manifestantes, na Praça Luiz Palmier, a gestora e coordenadora do MMSG, Marisa Chaves, usou o megafone para conclamar um pacto contra o feminicídio no Brasil.
“Hoje é dia de luta, não é dia de flores É inadmissível uma mulher ser morta ou sofrer uma tentativa de feminicídio pelo fato de romper com o relacionamento conjugal. Conclamamos as mulheres para se juntarem a nós nessa luta. Precisamos fazer um levante, darmos um ‘abraço’ em todas as brasileiras para que não nos submetamos a nenhuma forma de abuso, de assédio, de importunação sexual”, discursou Marisa.
“ Se você está me ouvindo e precisa de ajuda, procure o Movimento Mulheres em São Gonçalo que estaremos prontos para ajudá-la”, complementou a gestora.
Na ação, o MMSG recebeu o apoio da Superintendente de Projetos Especiais da Subsecretaria de Políticas Inclusivas do Estado do RJ, Viviane Carvalho, que ressaltou a importância de políticas públicas preventivas.
“Investimentos públicos na prevenção podem coibir os casos de violências contra as mulheres”, ressaltou Carvalho.

integrantes do MMSG usaram cartazes, banners e megafones para alertar a população sobre o aumento de feminicídios
Fotos: ASCOM NEACA TR
Luta: Data 8M surgiu no século XX
Celebrado em 8 de março, o Dia Internacional da Mulher é uma data que surgiu no início do século XX, em meio a lutas por melhores condições de trabalho, igualdade de direitos e participação política. Hoje, ela simboliza não apenas a resistência, mas também a força, a resiliência e a capacidade das mulheres de transformar realidades.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), mulheres ainda enfrentam desafios como a disparidade salarial, a dupla jornada de trabalho, a violência doméstica e a sub-representação em cargos de decisão. Por isso, o Dia Internacional da Mulher também é um momento para reforçar a necessidade de ações concretas que promovam a equidade, na construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.

Integrantes do MMSG distribuíram materiais informativos e orientaram a população sobre os direitos das mulheres no 8M
Fotos: ASCOM/NEACA TR
‘A violência ceifa todas as formas de dignidade enquanto pessoa humana’
“O 8M é um dia histórico para a vida das mulheres que estão em busca do enfrentamento a todas as formas de violência, sobretudo as que atingem a vida pessoal e os direitos. A violência ceifa todas as formas de dignidade enquanto pessoa humana”. (Velange Bastos, advogada no MMSG e Vice-Presidente do Conselho Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher em São Gonçalo).
‘É preciso identificar os sinais de violência’
“Estamos hoje nas ruas exatamente para conversar com as mulheres. O pouco tempo que estamos aqui, já ouvimos histórias de mulheres que foram vítimas de violência. O feminicídio começa, muitas vezes, com uma fala ríspida, um soco na parede ou uma violência psicológica. É preciso identificar os sinais de violência”. (Tatiana Rodrigues, psicóloga e supervisora técnica do Projeto Neaca Tecendo Redes).
‘A mulher precisa ser incentivada e empoderada para sair do ciclo de violência’
“Sou oriunda de uma família humilde, não tinha noção da força das mulheres. Percebo que a mulher precisa ser incentivada e empoderada para sair do ciclo de violência. Através de suas potencialidades, elas podem conquistar seus objetivos”. (Daniele Ferreira, educadora social do Projeto Recria).

Durante a panfletagem equipes do MMSG conversaram com mulheres sobre a mobilização em diferentes pontos de SG
Foto: ASCOM/NEACA TR
‘Fui vítima de violência e demorei a conseguir falar e denunciar o criminoso’
“Essa mobilização é importante para alertar as mulheres sobre os perigos das relações tóxicas e conscientizá-las sobre a necessidade de denunciar os agressores. Fui vítima de violência e demorei a conseguir falar e denunciar o criminoso”. (Jória de Cássia Souza, 42 anos, autônoma)
‘É preciso conscientizar as mulheres sobre os seus direitos’
“Vemos muitos casos de mulheres que não se identificam como vítimas de violência. Portanto, ações como essa são importantes, pois é preciso conscientizar as mulheres sobre os seus direitos”. (Ana Clara Soares, psicóloga do Projeto Recria).
‘É importante a participação dos homens’
“Precisamos compreender que a mulher é uma colaboradora, parceira e precisa ser respeitada em seus direitos. Ela jamais pode ser agredida ou vítima de qualquer tipo de violência. É importante a participação dos homens nessa pauta”. (José Mário Guilherme, 57 anos, autônomo)

Manifestante usa bandeira com o slogan 'Juntas somos fortes' para alertar a população sobre os direitos das mulheres
Foto: ASCOM/NEACA TR
Equipamentos do MMSG atendem vítimas de violência em três municípios
Durante a mobilização do Dia Internacional da Mulher, Marisa Chaves colocou à disposição os projetos do MMSG, que atendem, gratuitamente e de portas abertas, mulheres vítimas de violência ou em situação de vulnerabilidade social. Chaves ressaltou também a importância do apoio de instituições públicas e privadas para manutenção dos projetos: Rede Vida; Vozes Periféricas; Ricas do Salgueiro; Grupo Reflexivo; Roda de Gestantes, Puérperas e Familiares; e Rearticulando Rede Mulher.
Além do atendimento às mulheres, o MMSG administra o Núcleo de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência (NACA), Risco Social (RECRIA), em parceria com Fundação para Infância e Adolescência (FIA) e o Núcleo Especial de Atendimento à Criança e ao Adolescente Vítimas de Violência Doméstica e/ou Sexual (NEACA: Tecendo Redes), que, desde 2024, tem a parceria com Petrobras, e recebedemandas relativas às violências domésticas e gênero. Os projetos têm como objetivo contribuir para a promoção, prevenção e garantia dos direitos humanos de crianças, adolescentes e jovens. Os núcleos atendem nos municípios de São Gonçalo, Duque de Caxias e Itaboraí.
Em caso de ajuda, o MMSG disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, nos endereços abaixo:
MMSG (SG) - Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA (SG) - Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA Primeira Infância (SG) - Rua Rodrigues Fonseca, 313, Zé Garoto. (21 96750-1595)
NEACA (Itaboraí) - Rua Antônio Pinto, 277, Nova Cidade. (21 98900-4246).
NEACA (CAXIAS) – Rua General Venâncio Flores, 518, Jardim 25 de Agosto. (21 96750-3095).
NACA (SG) - Rua Rodrigues Fonseca, 215, Zé Garoto. (2606-5003/989004217)
NACA (Niterói) - Av. Ernani do Amaral Peixoto, 116 - sala 401 - Centro, Niterói. (2719-8862 / 965211716)
RECRIA - Rua Rodrigues Fonseca, 313, Zé Garoto. (21 96750-1595)
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