Evento organizado pelo Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) contou com o apoio do Instituto Profarma
Grupo de gestantes e puérperas receberem kits de saúde e higiene no chá de bebê coletivo realizado na sede do MMSG
Foto: ASCOM/NEACA TR
O Movimento de Mulheres em São Gonçalo (MMSG) organizou um ‘chá de bebê coletivo’, que reuniu, na terça-feira (28), cerca de 65 mães, entre gestantes e puérperas, integrantes do Projeto ‘Roda de Conversa com Gestantes, na sede da instituição, no Zé Garoto, em São Gonçalo. O evento contou com apoio do Instituto Profarma e também celebrou o Dia Nacional da Saúde da Mulher e o da Redução da Morte Materna.
Durante a ação, o Instituto Profarma promoveu uma palestra sobre alimentação materna, ministrada pela nutricionista Nathalia Amorim, e, com apoio de 15 funcionários voluntários da empresa, denominados ‘Embaixadores do Bem’, realizou a distribuição de materiais informativos e kits com produtos de higiene e saúde para crianças de 0 a 6 anos. Parte da equipe técnica do MMSG, formada por educadores, assistentes socais e psicólogos auxiliou no acolhimento às famílias, que foram agraciadas, ao fim do evento, com um farto lanche.
A gestora do MMSG, Marisa Chaves, fez a abertura do evento saudando as gestantes e agradecendo ao Instituto Profarma por apoiar o evento em uma data tão relevante, que, segundo ela, além de reunir famílias e fortalecer os vínculos, reitera a importância do Dia 28 de maio, celebrado como data nacional da saúde da mulher e da luta pela redução da morte materna. Chaves também exaltou o Projeto ‘Roda de Conversas com Gestantes’, que atua, há 12 anos orientando as gestantes, protegendo seus bebês e lutando contra a violência obstétrica.
“Também fui atravessada por recentes gestações na minha família e considero importante esse evento para reiterar a importância da saúde das mulheres, que, no momento mais lindo da vida, precisam de apoio e proteção para uma gestação segura e sem violência obstétrica. Saúdo ao ‘time’ do Instituto Profarma, que nos honra com a presença dos voluntários, em apoio a uma causa legítima. Esse chá de bebê coletivo, que tem a chancela do projeto Roda de Conversa com Gestantes, assegura às mães e seus filhos: orientação, conhecimento e proteção. Além disso, recebemos esses kits maravilhosos para ajudar no enxoval das mulheres”, ressalta Marisa.
“Também fui atravessada por recentes gestações na minha família e considero importante esse evento para reiterar a importância da saúde das mulheres, que, no momento mais lindo da vida, precisam de apoio e proteção para uma gestação segura e sem violência obstétrica", disse Marisa Chaves.
‘Apoiamos esse projeto pela transparência, seriedade e resultados’
A gerente de marketing do Instituto Profarma, Daniella Marques, se surpreendeu com a quantidade de mulheres no auditório e elogiou a iniciativa do MMSG, que através do projeto Roda de Conversas com Gestantes, apoia e orienta dezenas de pessoas. “É um prazer trabalhar como voluntária em prol desse projeto e apoiar uma causa que traz resultados benéficos às pessoas que precisam”, reiterou Marques. “
Apoiamos o MMSG porque percebemos a transparência, seriedade e resultados das ações”, completou a assistente administrativa Amanda Rosa, que também está grávida.
‘Nosso objetivo é acolher, orientar e não soltar a mão’
Fundadora e uma das coordenadoras do Projeto ‘Roda de Conversa com Gestantes’, que completou 12 anos, a enfermeira Fátima dos Santos, a Fátima Cidade, fez questão de iniciar seu pronunciamento ressaltando os objetivos do projeto: “acolher, orientar e não soltar a mão das mulheres nesse período tão importante das vidas delas”, disse Cidade.
Fátima Cidade falou sobre acolhimento às gestantes
Foto: ASCOM/NEACA TR
“Por mais que sejamos intelectualizadas, a gestação é um período de indagações, dúvidas e inseguranças. E a ‘Roda’ dá esse respaldo de acolhimento, pois atuamos no campo dos direitos reprodutivos e sexuais, orientando e dando suporte”, explica a coordenadora, que agradeceu o apoio do Instituto Profarma.
“Nosso principal objetivo é acolher, orientar e não soltar a mão das mulheres nesse período tão importante das vidas delas”, disse Cidade.
Atualmente, Fátima milita no enfrentamento à violência obstétrica e a mortalidade materna e luta pelo reinício das obras de construção de uma maternidade estadual em São Gonçalo, que atenderia sete municípios da região metropolitana. “A nossa luta continua. Amanhã (29) faremos um protesto pacífico para chamar a atenção das autoridades sobre a necessidade do reinício das obras da maternidade, que poderia evitar a morte de dezenas de gestantes”, reivindica a enfermeira.
“Os presentes são bem vindos, mas as orientações são fundamentais’
Há 2 anos frequentando à Roda de Conversa com Gestantes, Elaine da Conceição Souza, de 25 anos, mãe da Ana Victória, 10, e do Miguel, de 2 anos, elogiou a iniciativa e reiterou a importância das orientações recebidas durante os encontros.
“O projeto é lindo porque aprendemos muito e adquirimos conhecimento. Os presentes são bem vindos, mas as orientações são fundamentais”, disse Elaine.
Já Carla da Silva Rosa, de 37 anos, e três filhos, falou sobre sua experiência após se tornar vítima de violência obstétrica. Ela lembrou das orientações recebidas no projeto.
“Sofri violência no parto e sei bem o poder da informação. Hoje, conheço os meus direitos e, após integrar o projeto, posso multiplicar as orientações a outras mulheres”, disse Carla.
Com a pequena Ysadora, de 6 meses, ao colo, Nycolle Fernandes, de 20 anos, saiu feliz do evento após reforçar o estoque de fraudas. “Gostei muito, pois, além do aprendizado, saí com alguns presentes para ajudar no dia-a-dia da Ysadora”, finalizou.
Marisa (D) e funcionária da Profarma (E) durante depoimento de uma mães participante do evento no auditório do MMSG
Foto: ASCOM/NEACA TR
Mortalidade materna registrou aumento de 77% no Brasil
A mortalidade materna no Brasil, que registra as mortes relacionadas a complicações no parto, gravidez e puerpério em relação aos nascidos vivos, aumentou durante a pandemia da Covid-19, retrocedendo a níveis de duas décadas atrás. O Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), agência da ONU para assuntos relacionados à saúde sexual e reprodutiva, alerta para a gravidade do problema e apela por mais investimentos para fortalecer a cobertura e qualidade dos serviços de saúde materna.
Em 2021, a razão de mortalidade materna alcançou 107.53 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, conforme informações preliminares. Em 2019, a razão era de 55.31 a cada 100 mil nascidos vivos. Em 2020, foi de 71.97 mortes a cada 100 mil nascidos vivos, o que já representou um aumento de quase 25% em relação ao ano anterior. O aumento do número total de mortes maternas foi de 77% entre 2019 e 2021. Os dados são do Ministério da Saúde e foram mapeados pelo Observatório Obstétrico Brasileiro.
Atendimentos à primeira infância em três municípios
O projeto NEACA Tecendo Redes, iniciado em 2024, com apoio da Petrobras, atende demandas relativas às violências domésticas e gênero. Administrado pelo MMMSG, abrange os municípios de São Gonçalo, Duque de Caxias e Itaboraí e tem como objetivo contribuir para a promoção, prevenção e garantia dos direitos humanos de mulheres, crianças, adolescentes e jovens (até 29 anos).
Em caso de ajuda, o MMSG disponibiliza seus serviços, de segunda à sexta-feira, das 9h às 17hs, nos endereços abaixo:
NEACA (SG)- Rua Rodrigues Fonseca, 201, Zé Garoto. (2606-5003/21 98464-2179)
NEACA (Itaboraí)- Rua Antônio Pinto, 277, Nova Cidade. (21 98900-4246).
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